terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rede de atenção ao AVC terá reforço de R$ 437 mi


O Ministério da Saúde vai investir, até 2014, R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). No Brasil, a doença representa a primeira causa de morte e incapacidade, gerando grande impacto econômico e social. De acordo com dados do Ministério, em 2009 foram registrados 68,9 mil óbitos por AVC. A qualificação da rede para o atendimento a casos de AVC faz parte da Rede Saúde Toda Hora – lançada este ano pelo governo federal – para reorganizar o atendimento de urgência e emergência no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde colocou, hoje (4), em consulta pública, por 30 dias, as novas diretrizes de atendimento à doença.

“Nosso esforço é o de tratar mais rápido, isso significa salvar vidas. Vamos ampliar a rede de atenção básica, de prevenção e de tratamento com o objetivo de reduzir casos e óbitos”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde se localizam os 231 pronto-socorros, responsáveis pelo atendimento especializado de urgências e emergências. A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e municípios.

Outra parcela (R$ 67 milhões) será aplicada na oferta do tratamento trombolítico, que consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que percorre a circulação até chegar no vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro, diminuindo ou até evitando as sequelas. As ações integram o rol de iniciativas adotadas pelo Ministério da Saúde para o enfretamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

CONSULTA PÚBLICA -Para melhorar os serviços de atendimento na rede pública, o Ministério da Saúde lançou uma consulta pública ao documento “Implementando a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) na Rede de Atenção às Urgências”, que ficará disponível durante 30 dias. Podem acessar e contribuir com sugestões profissionais de saúde, técnicos, especialistas e a população em geral.

Acesse aqui o documento da consulta pública: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consulta_publica_AVC.pdf

Um dos objetivos da consulta pública é consolidar uma proposta para melhorar o atendimento aos pacientes que procuram o SUS por intermédio de ações para reformulação do atendimento, com a adoção de melhores estratégias de diagnóstico e tratamento e capacitação de profissionais, entre outras.

Outro objetivo do Ministério é reduzir o número de óbitos por AVC no Brasil por intermédio da criação de redes de assistência integral para o atendimento do paciente com AVC, incluindo todas as suas demandas de atenção à saúde. O documento foi elaborado Ministério da Saúde e especialistas da área em parceria com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e Academia Brasileira de Neurologia.

Rede – O AVC é uma das mais importantes causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada ano. Destes, seis milhões morrem. Para enfrentar a epidemia silenciosa que ocorre no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença, com o objetivo de colocar o tema em destaque na agenda global de saúde.

De acordo com o documento, a Linha do Cuidado do AVC deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, SAMU, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros aspectos.

Para o Ministério da Saúde, a doença é uma urgência médica e, como tal, deve ser priorizada em todos os níveis de atenção. A Linha de Cuidado recomenda a criação de unidades específicas para o atendimento ao AVC nos hospitais – as Unidades de AVC -, que comprovadamente diminuem a mortalidade e a incapacidade, além da inclusão do tratamento trombolítico para os casos de AVC isquêmico agudo, único disponível e capaz de reduzir ou até evitar as sequelas.

No Brasil, o governo federal priorizou o combate à doença ou atenção aos pacientes acometidos pelo AVC, com foco na prevenção, uma vez que 90% dos casos podem ser evitados. E, caso ocorra, o paciente pode ser adequadamente tratado, se chegar rápido ao hospital preparado para dar o atendimento imediato. Por estes motivos, foi elaborada A Linha de Cuidado do AVC na Rede Atenção às Urgências, documento que servirá de orientação para os estados e municípios organizarem o atendimento às vítimas da doença.

Outras ações –Em agosto deste ano, o Ministério lançou o Plano de Ações para Enfrentamento das Doenças Crônicas Transmissíveis (DCNT), que inclui o combate à hipertensão e ao diabetes, doenças que são fatores de risco para o AVC. Entre as políticas essenciais para o cumprimento das metas do Plano está a ampliação do acesso ao tratamento dessas doenças. No rol das medidas já adotadas pela pasta neste sentido está a oferta gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes nas farmácias populares, estabelecida desde fevereiro com o Saúde Não Tem Preço.

Fonte: Ministério da Saúde

IPHONE: NeuroMind *iOS*

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

ANEURISMA CEREBRAL


O que é?

 Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar à ruptura da mesma no local enfraquecido e dilatado.

Uma comparação de como se parece um aneurisma é a dilatação ou irregularidade da câmara de um pneu. Formam-se irregularidades na superfície da câmara e em um destes locais há ruptura da mesma com perda de ar sob pressão. Nos indivíduos que têm aneurisma cerebral há a ruptura desta irregularidade da artéria cerebral e "vazamento" de sangue para um espaço virtual que existe no cérebro chamado de "espaço subaracnóide".

A ruptura inicial de um aneurisma cerebral leva à morte quase um terço dos pacientes. Alguns pacientes apresentam dois ou mais episódios de hemorragia do aneurisma cerebral. Em cada uma das hemorragias o risco de morte vai se somando.

Como se desenvolve?

A ruptura do aneurisma pode ocorrer durante toda a vida, mas é mais frequente entre a quarta e quinta década de vida.

Muitas pessoas nascem com aneurismas cerebrais, os chamados aneurismas congênitos os quais, ao longo da vida, podem aumentar e romper.

Existem fatores de risco como parentesco de sangue próximo ao de alguém que já teve aneurisma, principalmente irmãos.

Mulheres têm maior probabilidade de desenvolver aneurismas cerebrais.

Em torno de 20% dos pacientes com aneurisma cerebral apresentam mais do que um aneurisma

Outros fatores de risco são: hipertensão arterial, dislipidemias (alteração do colesterol e triglicerídeos), doenças do colágeno, diabete mélito (açúcar no sangue) e fumo.

O que se sente?

O sintoma mais comum é cefaléia de grande intensidade acompanhada de vômitos, convulsões e perda de consciência. Alguns pacientes desenvolvem ptose palpebral (queda súbita da pálpebra) acompanhado de cefaléia. Outros, perda progressiva da visão por comprometimento do nervo óptico por compressão do aneurisma.

Com o decorrer das horas a dor de cabeça pode evoluir para uma dor importante na nuca e levar a "rigidez de nuca" que é comum na meningite, ou dor nas costas e pernas. Isso ocorre por que o sangue escorre da cabeça para a coluna e "irrita" as raízes nervosas provocando dor nas costas.

Pacientes que não rompem o aneurisma cerebral podem ter sintomas de isquemias cerebrais de repetição, pois pode haver formação de pequenos coágulos dentro do saco aneurismático levando a liberação dos mesmos para a corrente sangüínea e "entupindo" pequenas artérias.

Como o médico faz o diagnóstico?

Os pacientes com aneurisma cerebral não roto apresentam dificuldade de diagnóstico por parte do médico. Os aneurismas não rotos não dão dor de cabeça. Algumas vezes apresentam-se como pequenas isquemias cerebrais ou queda da pálpebra. O especialista experiente deverá solicitar uma angiografia cerebral digital ou uma angiografia por ressonância magnética. Somente nos aneurisma muito grandes podemos fazer diagnóstico dos mesmo com uma tomografia computadorizada do encéfalo.

O diagnóstico de suspeição é feito pela história que o paciente conta quando o aneurisma é roto. Muitas vezes o paciente já chega em coma ao hospital. Cabe ao médico solicitar uma tomografia computadorizada do encéfalo que deve demonstrar sangue no espaço subaracnóide ou hematoma cerebral (coágulo dentro do cérebro).

Caso a tomografia computadorizada seja normal e o paciente apresente rigidez de nuca o médico procede a uma punção lombar para ver se há sangue no líquido que banha o cérebro e a espinha, chamado de "líquor". Nos pacientes com hemorragia por aneurisma cerebral o líquor - que é da cor da água - aparece avermelhado pelo sangue da hemorragia.

Como se trata?

O tratamento dos aneurismas não rotos deve ser avaliado, pois o risco anual da ruptura de um aneurisma é de 1,25 %, ou seja, o paciente pode escolher um momento adequado para o seu tratamento junto com seu médico.

Já os aneurismas rotos apresentam-se como uma urgência médica devendo ser tratados com máxima brevidade. Até o início da década de 90 o tratamento era feito exclusivamente através da cirurgia, que consiste em abertura do crânio e bloqueio do aneurisma com clipes (grampos) metálicos. Nem todos os pacientes podem ser tratados com cirurgia. Dependendo do estado de saúde do paciente e do local a ser alcançado, uma intervenção cirúrgica poderá ser perigosa. A partir da metade da década de 90, foi desenvolvido um método denominado embolização por cateter que consiste em introduzir um cateter na artéria da virilha e através do cateter, que é levado até ao aneurisma, promover o bloqueio do aneurisma com inserção de micro molas de platina. Nisto reside o tratamento endovascular, também conhecido como embolização por cateter, que consiste em introduzir um cateter na artéria da virilha e através do cateter, que é levado até ao aneurisma, promover o bloqueio do aneurisma com inserção de micro molas de platina. Nisto reside o tratamento endovascular, também conhecido como embolização.. Há casos em que a estrutura vascular do paciente não permite a passagem do cateter. Nesses casos, não existe alternativa a não ser o tratamento cirúrgico. Recentemente foi desenvolvido novo material para tratar o aneurisma, chama-se Onyx. Trata-se de um líquido que se torna sólido no interior do aneurisma. O Onyx deverá substituir as molas de platina, mas sua utilização tem o mesmo conceito terapêutico.

quarta-feira, 23 de março de 2011

10 dicas para melhorar sua memória


As nossas memórias são armazenadas no cérebro, mais especificamente no hipocampo. Mas, diferentes tipos de memória são armazenados em diferentes áreas do cérebro, assim o cérebro precisa de um sistema de codificação e resgate de memórias antigas ou recentes.


Você pode auxiliar o seu cérebro a executar melhor e mais rapidamente o processo de resgate da memória, veja como:
1. Beber com moderação
2. Procurar tratamento para a depressão
3. Mexer-se!
4. Visualizar e associar
5. Prestar atenção
6. O jogo do nome
7. Chunking
8. Método de Loci
9. Usar seu ambiente
10. A prática leva à perfeição"

1. Beber com moderação
 
Um teste de embriaguez mostra como o consumo de álcool em excesso pode afetar imediatamente o cérebro: mesmo testes mentais simples como contar ao contrário ou recitar o alfabeto podem parecer difíceis sob o efeito de álcool. O abuso do álcool tem um efeito negativo nas células do cérebro relacionadas à memória.
Mas desde que você não esteja grávida e mantenha controle sobre o quanto bebe, há evidências de que o consumo leve a moderado de álcool pode melhorar a memória e a percepção. Apesar de mais pesquisas precisarem ser feitas, alguns estudos descobriram que quem bebe moderadamente tem melhor desempenho em testes de memória e percepção do que quem não bebe ou bebe demais [fontes: Victoroff, Minerd].

2. Procurar tratamento para a depressão

Muito estresse na vida, incluindo ansiedade ou raiva, pode corroer as partes do cérebro responsáveis pela memória. O primeiro desses agentes estressantes é a depressão profunda, que eleva o nível de cortisol no cérebro afetando o hipocampo. Como ele é o centro da memória recente, a depressão prolongada destrói a habilidade do cérebro de lembrar-se de qualquer coisa nova. E pessoas com depressão parecem capazes de apenas guardar memórias negativas [fonte: Crook].


3. Mexer-se!


O cérebro depende de energia recebida durante a constante entrada de oxigênio e nutrientes na corrente sanguínea, e quando esses nutrientes não chegam, a capacidade de trabalhar do cérebro é comprometida. Não importa o que você faça – uma caminhada rápida ou nadar, até mesmo fazer um ou dois passos de dança pode conceder um bom exercício mental. Estudos mostram que quanto mais ativa fisicamente a pessoa for, melhor é seu desempenho cognitivo [fonte: Victoroff]. Eu prefiro patinar...


4. Visualizar e associar

A melhor direção é transformar uma lista de palavras em imagens.

5. Prestar atenção

Oito segundos é o tempo que você precisa para focar completamente sua atenção em alguma coisa para transferi-la de uma memória de curto prazo para uma memória de longo prazo [fonte: Crook]. Não importa o quão maravilhosamente você consiga criar visualizações práticas e divertidas para informações, a habilidade será inútil se você primeiro não prestar atenção no que precisa ser lembrado.

Tente focar-se no presente e realmente prestar atenção na tarefa que você tem em mãos, quer seja aprender uma nova informação para um trabalho, quer seja conhecer novas pessoas. Minimize as distrações como música, televisão ou telefone celular para focar-se totalmente.

6. O jogo do nome

Quando você conhece uma nova pessoa, é importante prestar atenção em seu nome e rosto. Assim que souber o nome dela, repita para a pessoa dizendo “prazer, Fulano de Tal”. Não é um truque barato; pesquisadores descobriram que as pessoas têm uma chance 30% maior de lembrar um nome quando o repetem assim que o aprendem [fonte: Herold]. Essa dica vai ao encontro das anteriormente citadas. Faça uma associação do nome da pessoa a uma história (dica 4).

7. Chunking

É quebrar a informação em blocos menores para que a memorização seja mais fácil. Talvez você não tenha problemas para lembrar a lista do supermercado ou nomes e rostos, mas você nunca consegue guardar sua senha, seu CPF ou a placa do carro. “Chunking” pode ser o método certo para você. Você já o utilizou se alguma vez leu um número de telefone em duas ou três partes, em vez de ler os oito dígitos de uma vez. “Chunking” quebra muitas informações em pedaços mais maleáveis, assim você tem menos para lembrar.

8. Método de Loci

Use sua familiaridade com o ônibus e o caminho que faz todos os dias para lembrar de outras informações. O primeiro dispositivo mnemônico de que se tem notícia veio da Grécia Antiga. Uma noite, um poeta chamado Simonides foi chamado para recitar um poema em um banquete. Por algum golpe de sorte, Simonides saiu por pouco tempo do salão, bem quando a construção desmoronou. Como os corpos dos que estavam dentro ficaram bem deformados, Simonides identificou os mortos para suas famílias lembrando em que lugar eles estavam sentados na hora do acidente. Esse dispositivo de memória, de associar coisas com um lugar ou local, ficou conhecido como método de loci, e virou moda na Grécia Antiga. Se você já disse “em primeiro lugar” ou “em segundo lugar” ao repetir uma lista de cabeça, então você está usando uma derivação moderna do método de loci.

9. Usar seu ambiente

Amarrar um barbante no dedo para lembrar-se de alguma coisa virou motivo de piada, mas a razão por trás desse método faz sentido. Ao colocar alguma coisa do seu cotidiano de um jeito levemente diferente, você cria um lembrete visual para você mesmo. A chave, assim como dos outros métodos, é criar uma visualização forte para o motivo de o barbante estar no seu dedo, antes de você amarrá-lo.


Você também pode usar outras coisas do seu ambiente. Se não quiser investir ainda no barbante, você pode mudar um anel, uma pulseira ou um relógio de uma mão para outra.

Há outras maneiras de você manipular seu ambiente também. Uma ideia é mudar seu telefone de um lado para outro da mesa, caso tenha telefonemas para retornar. Você pode também colocar coisas que quer tirar de casa no chão em frente à porta, para servir como um lembrete óbvio. Pode pendurar um cabide vazio na maçaneta ou no banco da frente do carro, que servirá como lembrete durante o dia todo de que precisa passar na lavanderia.

10. A prática leva à perfeição

Embora as dicas anteriores pareçam muito fáceis, você deverá pratica-las. Nem todo mundo começa imediatamente a criar visualizações ou a usar o método de loci para lembrar-se das coisas, mas quando seu cérebro fica treinado para pensar assim, ficará mais fácil.

Qualquer coisa pode ser uma chance de você praticar essas dicas de memória. Se você for comer em um restaurante, repare nas pessoas ao seu redor e dê nomes aleatoriamente. Apresente-se a elas na sua imaginação e repare nos detalhes dos rostos para identificá-las. Aproveite seu aperitivo, então olhe em volta novamente para ver de quantos você se lembra. Esse exercício também pode ajudá-lo a passar o tempo enquanto espera na fila do banco ou no consultório médico. Você pode fazer a mesma coisa com pessoas nos jornais ou revistas.

Um dos jeitos mais simples de praticar esses métodos é ensiná-los a outra pessoa. Se explicar com exemplos, você irá reforçá-los no seu cérebro.

Retirado do Blog: http://blog.brasilacademico.com/2010/03/10-dicas-para-melhorar-sua-memoria.html

Outras Dicas para não esquecer no endereço: http://blog.brasilacademico.com/2010/03/10-dicas-para-melhorar-sua-memoria.html

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ABSCESSO CEREBRAL

Sinônimos:
Abscesso no cérebro, abscesso encefálico.

O que é?

Trata-se de uma infecção encapsulada (confinada a uma área restrita) que acomete o tecido cerebral, podendo ser de formato único ou ser constituído por múltiplos focos, promovendo um efeito de massa que desloca as demais estruturas cerebrais, causando diversos sintomas.

Como se desenvolve?

O abscesso cerebral pode desenvolver-se como complicação de uma infecção, complicação de neurocirurgia ou por trauma no encéfalo. Geralmente o abscesso cerebral único é resultado de uma infecção ou foco próximo às meninges (membranas que recobrem o cérebro) como seios paranasais, ouvido médio e dentes, e que se espalha atingindo o cérebro; também pode ocorrer por acesso direto do agente infectante ao cérebro, através de traumatismo craniano (trauma na cabeça ou face, ferimento à bala) ou por procedimentos neurocirúrgicos. Os abscessos múltiplos são mais comuns em infecções sistêmicas com disseminação hematogênica (o infectante, seja bactéria, vírus ou fungo, é carregado pelo sangue de regiões infectadas distantes no organismo até o cérebro). É importante salientar o estado imunológico do paciente, sendo os pacientes imunodeprimidos mais suscetíveis à infecção cerebral (pacientes com AIDS ou que foram submetidos a transplante de órgão).

O que se sente?

Os sintomas variam dependendo do tamanho e localização do abscesso e são decorrentes do aumento da pressão intracraniana, sendo o sintoma mais comum a dor de cabeça que não cede a analgésicos. Podem ocorrer também náuseas, vômitos, convulsões, alteração no estado de consciência, déficit neurológico focal, alterações de personalidade e fraqueza muscular em um lado do corpo. Apenas 50% dos pacientes têm febre.

Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico do abscesso, tanto único quanto múltiplo, é feito de uma mesma maneira. A anamnese do paciente, verificação dos seus sintomas e exame físico são fundamentais. Exames complementares incluem tomografia computadorizada, ressonância magnética de encéfalo, além de outros exames de rotina. O sangue e outros fluidos corporais devem ser examinados para tentar esclarecer a origem da infecção. Deve-se avaliar o estado imunológico do paciente (alterado pelo uso prolongado de corticóides ou pelo HIV - vírus da imunodeficiência humana).

Como se trata?

O tratamento do abscesso cerebral envolve a combinação de drenagem neurocirúrgica e tratamento medicamentoso. O tratamento exclusivamente medicamentoso fica restrito aos casos: de drenagem cirúrgica inacessível; de condições clínicas incompatíveis ou de pacientes com lesões pequenas não encapsuladas. Por se tratar de uma infecção, vários agentes podem estar envolvidos (bactérias, fungos, vírus), portanto, várias medicações podem ser utilizadas, dependendo de cada caso; o importante é a hospitalização, medicação e controle seriado com os exames complementares (tomografia de crânio ou ressonância).

Prognóstico

Sem tratamento, o abscesso cerebral pode ser fatal. O tratamento do abscesso cerebral tem sucesso na maioria dos pacientes, sendo a mortalidade inferior a 15%. A permanência de sequelas decorrentes do abscesso, como afasia (perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita) e convulsões, ocorre em torno de 20% dos pacientes.

Retirado do site: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?1&-abscesso-cerebral